sexta-feira, 30 de novembro de 2012

FLÁVIA CALABI

 
 
Devo imensamente à Flávia Calabi. Perdi uma referência e uma amiga. Ficaram as lembranças e a paixão pela música, pela arte, pelos gatos e pelos balés. Lembranças das inúmeras madrugadas -- ela era notívaga, como eu -- em que ficávamos conversando sobre os gatos de Ademir Martins, os barquinhos de Ianelli, as paisagens de Guignard, as poesias de Bandeira, os longos e argutos parágrafos de Proust, a materialização da música nos balés de Balanchine...
 
Ainda bem que nos resta a lembrança, não proustiana, mas nos resta. E nesses momentos em que a morte nos lembra ser ela a única certeza, ser ela "o país não descoberto, de cujos confins jamais voltou nenhum viajante", vem a vida arrebatadoramente nos dizendo para irmos em busca do tempo perdido. Perdi uma amiga. Em breve nascerá minha filha. Vida e morte. Morte e vida. Hoje triste, amanhã feliz, hoje feliz, amanhã triste... É assim a vida.
 
 
 
 


 

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